Ana Carolina Silva de Moura se tornou na sexta-feira a primeira brasileira campeã do taekwondo em Paralimpíadas. A mineira de 28 anos, que tem má-formação congênita do antebraço direito, venceu na final a francesa Djelika Diallo para levar o ouro da categoria até 65kg K44 (para pessoas com deficiências dos membros superiores).
Uma joia que vai poder substituir o cordão dourado familiar perdido em um assalto que levou a atleta ao taekwondo.
– Procurei uma arte marcial para saber me defender. Eu fui assaltada e levaram um item muito valioso para mim, que era um colar que minha tia tinha me dado. Minha mãe já tinha me alertado: “Não fica andando no centro de Belo Horizonte com esse colar, é de ouro”.
Ganhei ele quando eu nasci, então quando roubaram, eu me senti muito frustrada. Aí comecei a fazer taekwondo com o mestre Puga. Deu tudo certo. Ele e o o Glauson perceberam que eu tinha aptidão para competição – disse a campeã paralímpica.
Antes do taekwondo, Ana Carolina já havia praticado futebol, dança e ginástica rítmica. No caminho para suas primeiras Paralimpíadas, a atleta foi bronze no Mundial de 2021 e campeã mundial em 2023. Também faturou o ouro nos Jogos Parapan-Americanos do ano passado e chegou a Paris como vice-líder do ranking mundial.
– A gente tinha uma meta muito bem traçada quando eu comecei no Centro de Referência de Belo Horizonte que era fechar o Mundial, os Jogos Parapan-Americanos e os Jogos Paralímpicos com a medalha de ouro.
Essa medalha aqui é minha e deles, de todas as pessoas que me acompanharam, minha família, meus amigos. É surreal hoje falar que alcançamos o que sonhamos lá trás.
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