As Paralimpíadas revelam histórias inspiradoras de atletas que enfrentaram dificuldades e transformaram em força para chegar ao auge do esporte. Esse é o caso de Claro Lopes. Atleta do taekwondo, Claro é indígena e teve que deixar a família em Minas Gerais para buscar melhores condições financeiras em São Paulo. Depois de perder a mão em um acidente justamente no trabalho, encontrou no esporte paralímpico uma chance de dar um futuro melhor para os pais.
Medalhista de bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no ano passado, Claro estreia nas Paralimpíadas de Paris com a expectativa de conquistar uma medalha e dedicá-la ao povo da aldeia Xakriabá.
Claro Lopes nasceu no interior de Minas Gerais, no território indígena de Xakriabá. Assim como a maioria dos brasileiros que saem do interior do Brasil, Claro foi para São Paulo em 2006 para buscar melhores condições de trabalho. Mas foi através do taekwondo que Kau Xacriabá, como é conhecido na aldeia, realmente conseguiu ajudar a família e melhorar de vida.
Agora, disputando pela primeira vez uma edição de Jogos Paralímpicos, Claro tem a chance de lutar por seu maior sonho: conquistar uma medalha paralímpica para o seu povo.
— É uma honra para mim estar representando o Brasil e o meu povo Xakriabá. É a maior nação indígena Xakriabá de Minas Gerais. É muito orgulho representar esse povo, pela nossa luta diária, pelos nossos direitos. Somos um povo guerreiro, de muita força, que nunca desiste. Isso me dá forças para chegar cada vez mais longe. Saí do meio do nada, do meio do mato, da roça, e vim para São Paulo com apenas uma mochila para trabalhar. Estar representando o meu povo hoje em uma competição tão importante assim é muito gratificante. O esporte também é um meio de ter uma visibilidade maior porque, apesar de toda a luta, nosso povo ainda é pouco visto — disse Claro em entrevista ao ge.
Morando sozinho em São Paulo e vivendo exclusivamente do esporte paralímpico, Claro mantém as tradições indígenas e diz que sempre tenta visitar os familiares e amigos em Minas Gerais, apesar da correria do dia a dia como atleta.
— A minha relação com o meu povo é muito boa. Não é tão frequente como eu gostaria. Queria ver mais eles e visitar mais a minha terra, mas a correria é grande por conta das viagens e competições.
Meus pais e meus irmãos moram lá. Nenhum parente meu mora em São Paulo. Sempre que dá, eu vou para lá matar a saudade do meu povo e da minha terra, geralmente todo final de ano. Sempre volto com outro gás — diz o atleta.
Fonte: https://ge.globo.com/paralimpiadas/noticia/2024/08/29/atleta-indigena-claro-lopes-quer-medalha-para-aldeia-xakriaba-nosso-povo-e-pouco-visto.ghtml
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